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Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025

Notícias/Região

Vice-prefeito de Hortolândia é preso em operação da PF contra fraudes em licitações

Simone Antoniel, diretora de Gestão de Contratos, também é alvo de mandado de prisão

Vice-prefeito de Hortolândia é preso em operação da PF contra fraudes em licitações
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O vice-prefeito de Hortolândia (SP), Cafu César (PSB), foi preso nesta quarta-feira (12) em uma operação da Polícia Federal com o objetivo de apurar supostas práticas ilegais envolvendo fraudes em licitações públicas. Em nota encaminhada à EPTV, o advogado Ralph Tórtima Filho, que assumiu a defesa do vice-prefeito, disse que está “solicitando acesso aos autos e que somente se manifestará após conhecimento das investigações”.

Simone Antoniel, diretora de Gestão de Contratos, também é alvo de um mandado de prisão, mas não havia sido localizada até a última atualização desta reportagem. Os envolvidos podem responder por crimes como corrupção, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação irregular e organização criminosa.

Durante a operação, foram executados 50 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em São Paulo, no Distrito Federal e no Paraná. Todos foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas (SP). Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e três de prisão na região de Campinas. Além da metrópole, as ações também ocorreram em Hortolândia, Sumaré, Limeira e Piracicaba, segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.

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Vice-prefeito Cafu

O vice-prefeito de Hortolândia (SP), Carlos Augusto Cesar, conhecido como Cafu, preso nesta quarta-feira (12) durante a operação da Polícia Federal que investiga fraudes em licitações públicas, tem 63 anos e é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Natural de Ponte Nova (MG), Cafu declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter ensino superior incompleto e atuar como aposentado, com patrimônio de R$ 1.315.955,00. Ele é divorciado e se identifica como branco.

Ele foi eleito em 2024 como vice na chapa do prefeito Zezé Gomes (Republicanos), reeleito no primeiro turno com 55,07% dos votos válidos. A chapa “O trabalho tem que continuar, Hortolândia não pode parar”, formada por Republicanos, PP, Podemos, PSB, PSD e a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), venceu as eleições de 2024 com 60.742 votos, e manteve no comando da prefeitura Zezé Gomes, que havia assumido o cargo após a morte do então prefeito Angelo Perugini (PSD) em decorrência da Covid-19.

Cassação revogada

Em janeiro de 2025, a Justiça Eleitoral de Hortolândia determinou, em 1ª instância, a cassação dos mandatos de Cafu e do vereador Leonardo Martins Moreira (PSB), o Leo do LM, por abuso de poder político nas eleições municipais de 2024. A decisão foi revertida em 2ª instância, em agosto, favorável a Cafu - a cassação do mandato do vice-prefeito foi revogada, mas a do vereador foi mantida.

Segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral, os dois teriam tentado coagir uma candidata da oposição a desistir da candidatura, oferecendo dinheiro e um emprego, além de fazer ameaças pessoais e ao comércio da vítima.

Segundo o relator da decisão no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), o desembargador Cotrim Guimarães, houve a gravação da reunião pela candidata ameaçada, que foi considerada ilícita e não pôde ser considerada para a análise do caso. As demais provas do processo foram suficientes para comprovar a conduta ilícita do candidato a vereador, mas não em relação ao vice-prefeito.

“As evidências das condutas subsequentes à reunião [...] não podem ser atribuídas com a segurança necessária ao réu Carlos Augusto César, no meu entender”, explicou o relator. “As provas remanescentes, independentes da gravação ilícita, são suficientes para configurar o ilícito eleitoral em relação a Leonardo, o Léo do LM, candidato a vereador. [...] Verifica-se nos autos a comprovação de uma perseguição pessoal da candidata Fabíola no seu exercício de direitos políticos”, concluiu o desembargador.

O prefeito Zezé Gomes (Republicanos) chegou a ser citado na ação, mas a acusação contra ele foi considerada improcedente por falta de provas.

A defesa de Cafu negou as acusações e afirmou que não houve prática irregular, contestando a validade das provas apresentadas. A prefeitura informou, à época, que as funções administrativas permaneciam normais enquanto os recursos não fossem julgados em instâncias superiores. O portal G1 não conseguiu confirmar se houve nova decisão sobre a cassação.

Buscas em prédios públicos

Em Sumaré, a PF cumpriu mandatos de busca e apreensão em prédios públicos. As equipes estiveram nas secretarias de Educação e Administração e no Arquivo Público (que funciona no mesmo prédio da Secretaria de Obras).

O documento expedido pela Justiça Federal determina “a apreensão de cópias integrais dos processos licitatórios e dos contratos públicos da empresa Life Tecnologia Educacional Ltda.”. Os investigadores também estiveram na sede da Life em Piracicaba. A empresa disse que não vai se pronunciar.

À EPTV, o secretário de Justiça de Sumaré, Valdemir Moreira dos Reis Júnior, afirmou que o contrato com a Life Tecnologia foi firmado na gestão anterior, por meio de ata de registro de preços. A modalidade, em tese, permitiria à prefeitura adquirir diretamente materiais didáticos para as escolas públicas e equipamentos de robótica.

O porta-voz também esclareceu que, na atual gestão, o contrato permanece vigente, mas nunca foi acionado para a compra de materiais. O secretário acrescentou ainda que a prefeitura abriu uma sindicância interna para apurar possíveis irregularidades no contrato antes da operação.

Já em Limeira, as diligências ocorreram na construtora MC Botion, no bairro Vila Cidade Jardim, fundada pelo ex-prefeito Mário Botion (Veja matéria "PF cumpre mandatos em licitações públicas em diversas cidades da região).

 Hortolândia

A secretária de Assuntos Jurídicos de Hortolândia, Silvânia Anízio, afirmou à EPTV que a prefeitura colaborou integralmente com a Polícia Federal durante a operação realizada nas Secretarias de Educação e de Governo, entregando todos os documentos solicitados.

Segundo ela, os agentes recolheram quatro processos ligados à empresa Life Tecnologia Educacional, responsável pelo fornecimento de materiais didáticos e de robótica. O contrato com a empresa segue ativo.

Anízio destacou que todos os processos seguem a Lei 14.133/2021 e passam por acompanhamento rigoroso, afirmando que “tudo é feito dentro da legalidade.”

Sobre a prisão do vice-prefeito, a secretária disse que a prefeitura aguarda acesso ao processo antes de se manifestar, e que questões relacionadas a ele cabem à defesa particular.

Por fim, ela reafirmou a confiança nos mecanismos de controle interno e a disposição da administração em cooperar com as investigações, reforçando que todos os procedimentos municipais estão “em consonância com a lei”.

Limeira

“A Prefeitura de Limeira informa que a atual gestão não renovou, no início deste ano, o contrato com a empresa Life Educacional e não realizou em 2025 qualquer pagamento à referida empresa.

A Life é alvo de apuração interna, conduzida por uma comissão de sindicância da administração municipal, diante de suspeitas relacionadas à aquisição de kits de robótica.

Por se tratar de uma contratação realizada pela gestão anterior, as informações sobre a operação devem ser consultadas junto à Polícia Federal, órgão responsável pela investigação do caso.

Por fim, a Prefeitura esclarece que não foi alvo de mandado de busca e apreensão”.

Sumaré

“A Prefeitura de Sumaré informa que recebeu, na manhã desta quarta-feira (12/11), equipe da Polícia Federal para o cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pela 1ª Vara Federal de Campinas, em investigação conduzida pelo Ministério Público Federal.

O procedimento tem como foco contratos firmados em 2020, referentes à gestão anterior, e não diz respeito a contratos celebrados pela atual administração.

O Executivo Municipal reforça que está colaborando de forma plena com as autoridades competentes, disponibilizando toda a documentação e informações solicitadas, com transparência e total respeito à legalidade.

Ressalta-se que a medida possui caráter exclusivamente investigativo, sem qualquer conclusão ou juízo de valor sobre eventuais responsabilidades.

A Prefeitura de Sumaré reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a boa gestão dos recursos públicos, mantendo o funcionamento normal de todos os serviços à população”.

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